a vida, menina

Não se tratava de desistências, e ela compreendia muito bem isso. Quantas vezes, fora desafiada a encarar os estragos de frente, sentir a terrível dor sem nenhum tipo de anestesia ou vendas. Fora em um tempo, quando ainda tão menina, que ela entendera que não tinha nada de sexo frágil, que a vida lhe cobraria por igual, na medida da própria justiça.

Escolha. Consequência. Resultado. Escolhas. Consequências Resultados.

Percebia que crescer era uma benção e uma maldição. Tudo lhe dependia. Tudo lhe custaria. Tudo podia ser ou não. E o tempo não esperaria os seus melhores dias, as suas melhores decisões ou as suas mais sinceras parcerias. O tempo passaria. Dia a dia. Hora a hora. Minuto a minuto. Não tardaria. Estivesse ela pronta ou não. Ela seria começos e também seria fins.

O mundo daria suas voltas independente dela. Coisas deixariam de ser, outras viriam a existir. Perdas. Encontros. Descobertas. Desencontros. Todos tijolos de uma construção majestosa chamada existência. Todos inevitáveis e imprescindíveis para torná-la real.

Por vezes, ela fugiria de tudo. Por vezes, ela tentaria fugir de si. Sangraria rios. Gritaria silêncios. Choraria mares. Sonharia estrelas. Atravessaria tempestades sem guarda-chuva, oceanos sem remo, desertos sem camelo.

A vida. Toda a vida. Ela vive a vida.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Andy Bate)

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