
Ela lhe disse adeus, pois era a única palavra que faltava dizer depois de um mar de outras palavras ditas, escritas, descifradas no olhar.
Às vezes, é só isso que sobra. Só resta a despedida entre duas pessoas que por um tempo se completaram, partilharam bons contos, boas musicas, bons jantares, boas risadas, muitas taças de vinho e intensas cenas de intimidade.
Ela entendia isso, mesmo com o coração partido. Ela entendia que algumas pessoas seriam como viajantes em sua vida. Alguns seriam surpreendentes e apaixonantes, outros seria uma imensa estranheza, como nos sentimos em alguns lugares desconhecidos do mundo. Cada pessoa uma descoberta de si mesma no outro. A vida já havia lhe provado isso e estava tudo bem, pois muitas vezes, ela também seria a viajante na história.
Já houvera o tempo em que tudo o que queria era não deixar ir. Que o esforço para não perder, era muito maior que o esforço para deixar crescer sozinho (fosse o que fosse). A vida também havia lhe ensinado, que quem tem que ficar, fica. Fica até quando ela não queria que ficasse, mas ficaria pelo tempo que fosse necessário. Que sementes duradoras brotam e fortificam raízes por dentro, tanto quanto cresce para fora. O amor é como a semente de uma árvore, entende?
Ela aceitava os fins que lhe cabiam no momento. Por vezes, tudo que precisamos para seguir em frente em paz, são de alguns fins, mesmo que eles não estivessem nos planos. Dizer adeus, por mais que fosse algo que ela aprendera evitar de todas as formas, hoje entendia que era o único jeito de seguir em frente.
Algumas pessoas em sua vida seriam passageiras, trariam um colorido novo, uma perspectiva diferente de tudo, deixariam um pouco de si e levariam um pouco dela. Ela entendia agora. Ela disse-lhe adeus.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução /Pinterest)