
Os domingos são sempre saudade.
Nunca tenho muito o que dizer.
Nunca tenho muito o que fazer.
Só sinto muita saudade.
Saudades de coisas que vivi e mais ainda de coisas que deixei de viver.
A vida, como todos sabem, não vem com um manual, a gente nunca sabe bem o que fazer na hora que tem fazer ou o que não tem que fazer, a gente só faz como dá para fazer ou deixa de fazer.
Por vezes, queria que essa fosse a vez do rascunho. Quase sempre tenho a sensação que estou rascunhando possibilidades para um dia poder passar tudo isso a limpo.
Quem me dera!
Por fim, só me resta a saudade…
Saudade das boas versões de mim.
Os dias foram passando, as coisas foram mudando, foram se perdendo e eu as fui perdendo também.
Tenho tanta saudade de mim!
Saudade de gente que estava aqui, completando, dividindo, escrevendo junto as histórias.
Saudade da areia quente e a água salgada, do sol dourando a pele, do barulho das ondas, do silencio da minha alma…
Saudade de me perder por vias espanholas, becos gregos, estradas italianas, saudade da nostalgia de acordar cada dia em uma cidade.
Saudade de me esconder e ter alguém para me encontrar.
Saudade das conversas aleatórias, das intimidades, do amorzinho matinal dos domingos.
Saudades daqueles domingos.
Os domingos ainda são sempre saudades.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Carolyn)