
Ah saudade, que eu não consigo esquecer, que sempre bate na porta e eu deixo entrar, se acomodar na minha cama e ficar até o sol nascer. Que me beija inteira como se nunca tivesse partido e me abraça como se nunca mais fosse me deixar. Se encaixa. Se aquece. Me aquece. Sussurra segredos no ouvido. Diz que me ama, eu digo que amo. Que silencia e preenche a minha solidão. Saudade, eu só queria que você durasse o bastante para deixar de ser saudade e enfim, eu pudesse te chamar de meu amor.
Um amor que durasse, um amor que ficasse, um amor que insistisse mais, um pouco mais. Um amor que fosse lar, abrigo, aconchego, suspiros. Um amor para sonhar, construir, reformar junto. Sempre junto. Um amor para dividir mais que algumas noites. Dividir a vida, será que seria pedir muito? Um amor para ser a verdade.
Uma verdade que se edifica todos os dias, que se permiti as reformas, aos ajustes, porém, nunca deixa de ser uma verdade. Que não parte quando o dia amanhece, que não some quando as outras coisas da vida acontecem. Que não deixa de ser, porque os dias estão mais ensolarados e completos. Uma verdade que é, independente das circunstâncias, das demais escolhas e pessoas. Uma verdade que se mostra, que não se esconde, que não faz de conta que não é.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Hosanna Shout of Triumph)