
Por vezes, só penso se tudo o que fazemos, tudo o que estamos tentando ser e tudo o que tentamos ter, faz mesmo sentido.
Pelo o que estamos vivos? Para que estamos vivendo?
Tem dias que a angústia aperta o peito. As lágrimas percorrem quente o rosto, enquanto os meus olhos buscam respostas pela janela do ônibus. Entre o ir e vir, sobram apenas os questionamentos que parecem nunca estar satisfeitos com as possíveis respostas.
Suspiro. Procuro-me. Não me encontro.
Quando não se tem garantias. Quando não se sabe aonde de fato vai chegar, tudo parece muito vazio. Às vezes é isso, esse vazio que doí e me preenche. Não ter respostas é ter vazios.
Todavia, os dias seguem adiante. Cada um à sua vez e cabe a nós ir a luta neles. Começar. Fazer. Dizer. Correr. Despedir. Encerrar. Continuar. Dar conta da vida que nos é dada. Quase sempre com poucas respostas, pouquíssimas certezas e sem nenhuma garantia. Todavia, a gente segue adiante.
“Só por hoje e mais um dia”, uma amiga uma vez orientou-me. Só por hoje, o que eu posso dar conta de fazer e ser? Abro o notas do celular e começo um novo check list. Ok! Posso dar conta de fazer e ser essas coisas hoje. Então encerro mais um dia.
A cada dia que parece pequeno, vou percebendo que vou me tornando um pouco maior do que no dia anterior. Vou percebendo que não se trata de grandes dias. A vida mesmo é aquela que vai se construindo dia pequeno a dia pequeno, tijolo a tijolo, entende?
Não tenho todas respostas ainda. Penso que nunca as terei e acredito que este possa vir a ser o tempero extra. As surpresas e desafios do dia seguinte que ainda não imaginei.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Karlie Larson Photography)