te trago por aqui ainda

Talvez, eu leve uma vida inteira para conseguir descrever esse calor, essa força, essa energia que corre entre nós.

Talvez, eu nunca encontre um jeito de descrever o efeito que reverbera pelo meu corpo quando você me toca, quando sinto a sua presença tão perto e não sou capaz de evitar o inevitável. E Deus sabe, o quanto eu queria não ter que querer evitar o inevitável.

A verdade é que tem vestígios teus marcados nas páginas da minha vida, dos quais eu não posso me livrar. Seu cheiro está impregnado nas minhas coisas e seu jeito gravado no meu jeito automático de viver depois de você.

Sinto um calor no corpo só de lembrar da pressão das tuas mãos a me conhecer. Nada sobrepõe o gosto adocicado do seus lábios ou supera a sua barba a arranhar minha pele.

Por vezes, te sinto ao meu lado nas pequenas bobagens que vivo no dia a dia tão mais tuas do que minhas. Outras tantas, te sinto tão longe e quase morro de saudade, nesse nível mesmo de drama clichê, pois é no jeito clichê que parece que tudo sobre nós faz ao menos algum tipo de sentido.

Às vezes, te encontro sem querer ou por querer no meu modo automático, que juro que nem me dou conta dos movimentos, só faço como se o tempo sequer tivesse passado e o ontem ainda fosse aquele ontem que eu tinha todas as possibilidades de te viver, sem qualquer impossibilidade ou confusão.

E assim eu te vivo mais um dia e você nem percebe e logo em seguida te perco de vista de novo e me afogo em lágrimas bem desnecessárias, eu sei.. Honestamente, eu só queria te arrancar de mim ou apagar aquele nosso fim. Se eu errei, errei por não ter considerado um possível fim.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Hikendip)

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