nossa música

Quase um ano depois de nós e os meus lábios ainda pronunciam o seu nome. Pois é, nem eu acredito que seja possível. Essa semana foi até sem querer, estava no escritório, no meio do dia, cheia de relatórios, com uma caneca de café e com o fone de ouvido para ajudar a concentrar, quando a playlist, no modo aleatória, tocou aquela música.

A canção que contava a nossa história em melodias, que preenchia as nossas viagens e enquanto você dirigia, eu passeava com os dedos no seu jeans. Aquela, que em noites de silêncio do mundo, era a trilha sonora nos nossos tonalidades de amor. Foi ouvindo, que fui me reconectando com as suas lembranças, que eu comecei a passear pelas galerias do meu celular e computador procurando por vestígios teus.

Talvez, fosse uma tentativa de provar que você foi real, agora que parecia ser, só outras de minhas fantasias. E adivinha? Encontrei aquela foto do nosso primeiro Ano Novo juntos. Uma foto típica de álbum de família, estavam todos lá. Seus pais, seus irmãos, sua cunhada, sua avó e sua tia, a pequena Lauren e nós, com um riso que chega emociona, mesmo na tela fria do celular. Deixei a fota aberta alguns instantes e flutuei nas lembranças do que pareceu ser tão certo.

E era certo, não era?
Eu sei. Já faz mais de um ano. Mas eu ainda te sinto tão presente aqui, em mim. A verdade é que existem marcas tuas em minha pele, que não somem. Vestígios teus entulhados no meu coração, que não encontro maneiras de retirar e memórias que não se apagam da minha mente. Eu te procuro, mesmo tendo a consciência de que não tem como ser possível te reencontrar. Minha boca pronuncia o teu nome, todo vez que alguém, sem querer, sem nem imaginar, faz algo que me lembra você (fico vermelha de vergonha, peço um milhão de desculpas e brigo feio comigo mesma internamente, mas é completamente involuntário).

Por vezes, acordo de manhã, aos domingos e te procuro na cama e a saudade parece não caber no espaço gigante que agora existe nela e dentro do meu peito, sem você. Às vezes, digo que é normal sentir saudade de quem um dia se amou tanto. Repito algumas vezes, tentando me convencer, de que está tudo como tem que estar. Mas será que realmente está?

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Lápis de Noiva)

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