
[quando é com quem se ama, tudo é absurdamente inexplicável, até quando se explica.]
Eu vou sempre ficar assim, perdida entre os meus sentimentos, sem conseguir entender, mesmo entendendo tudo o que somos.
Quando estamos juntos, todo o resto fica do lado de fora. E até quando parece que todo o resto não quer ir embora, basta . . . sempre basta você se aproximar um pouco mais, aninhar o seu corpo ao meu, beijar as pálpebras dos meus olhos, a pontinha do meu nariz, a minha bochecha, até que os teus lábios se encontra com os meus e pronto, tudo entre nós volta fazer todo sentido do mundo e todo o mundo desaparece a nossa volta.
É sempre lá, na nossa cama, entre os nossos lençóis, com os nossos travesseiros, com o nosso silêncio e os nossos gemidos, que tudo sempre faz mais sentido.
É sempre lá, com a nossa doce loucura, com doses densas de paixão e tesão, que nós somos um do outro. Sem regras. Sem cobranças. Sem passado. Sem o vasto e incerto futuro.
Talvez, questione, se de fato nos amamos e eu ouso a dizer que sim, nós nos amamos, do nosso jeito, no nosso tempo, mas nos amamos.
Sempre haverá mais à ser dito ou lembrado. Sempre haverá coisas que não foram realmente boas. Sempre haverá nossas densas diferenças, as nossas dúvidas, um oceano de razões para nos afastarmos. E tudo bem, desde que sempre exista eu e você e a força que nos atrai um para o outro, para nos abrigar durante essas tempestades.
Já fui tão criticada e tão punida por sempre te querer mais e não menos, te amar mais e não o contrário, te esperar todo dia e não, nunca mais, que agora, eu não sei se te quero menos ou mais ainda, não te amo ou te amo verdadeiramente, se nunca mais te espero ou se te espero mais um dia.
Fato é que tudo isso, ainda é real!
Meu amor por você além tudo, é isso: um amor real. Não existem mentiras entre nós. Ter sido sua grande amiga, me dá essa vantagem. Não existe mais expectativas idealizadas. Já não nos magoamos tanto, como no começo, quando tentávamos nos rotular. Agora nos conhecemos bem o bastante, para saber o que esperar dos amanhãs que ainda virão. Já não esperamos mais nada.
Somos o que somos, fazemos o que fazemos, dizemos o que dizemos, porque nos amamos e no nosso caso de amor, isso simplesmente basta.
O amor tem lá suas diversas formas. O nosso amor por sua vez, já passou por muitas delas. E hoje, talvez seja de todas a mais bela. Somos um quando estamos juntos. Dois quando estamos separados. Somos completos quando nos reencontramos e inteiros, mesmo quando estamos vivendo cada um a sua vida distinta. Parece não fazer sentido. Eu sei. Todavia, que sentido teria o amor, se não fizesse sentido também?
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Pinterest)