viver é uma atividade de risco

Lembra, quando eramos menores, mais sensíveis, mais vulneráveis? Menos críticos e maliciosos, não conhecedores das coisas, das regras, das formas, das pessoas.

Lembra, quando para caminhar precisávamos nos apoiar nas coisas, segurar na mão de alguém para firmar os passos?

Lembra, quando a bicicleta ainda tinha rodinhas, usávamos protetores nos joelhos e cotovelos para andar de patins ou de skate?

Lembra, que o fogo no fogão parecia perigoso demais para o nosso tamanho? Atravessar as ruas da cidade grande dava medo e andar por aí precisava ser acompanhado.

Viver sempre foi uma atividade de risco.Seja quando éramos crianças ou até mesmo agora, que parecemos tão grandes e auto suficientes. Só vivemos a vida como ela realmente é, quando entendemos, que o risco existe independente de quem sou, do que faço e qual o tamanho eu tenho.A verdade, é que o risco aumenta de acordo com o que crescemos e por mais que às vezes seja pavoroso, o risco é como o sabor de pimenta na comida. Ele faz arder, ele excita, ele desafia, ele te põe a prova, ele testa a sua capacidade de superar outro e outro e mais outro obstáculo. O risco sobretudo é isso, se encarado de frente, é a alavanca que te impulsiona a ir para outro nível.Penso que tentamos ignorar a realidade, porque ela é escura, é cruel, é feia em muitos aspectos. Ela é desafiadora, não faz corpo mole, é muitas vezes intolerante, perspicaz. Outras vezes, é chata e irritante e em muitas outras situações ela causa dor, muita dor.Uma vez vi em um filme a seguinte frase: “a dor é, a fraqueza deixando o corpo” e é exatamente esse o único jeito de encarar os riscos da vida. Pode doer. Pode perder. Pode não dar certo. Pode ter um fim algo que não imagina acabando. Pode cair. Pode sangrar, mas a única maneira de saber (de viver) é encarando o risco de viver tudo o que está destinado a viver, apesar dos riscos.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Renee Roaming)