
Ensaiamos um milhão de possibilidades na mente, para tentar amenizar as possíveis dores que acreditamos que não vamos suportar. E aí, quando acontece e você está no meio da tempestade, que parece que não vai passar logo, você percebe que tem que da um jeito de suportar, de enfrentar, o que quer esteja ali desmoronando e esperar o novo tempo chegar.
Eu nunca estive pronto para te perder. E eu acho que o amor gera esse sentimento de segurança, de que não importa o que aconteça, o que é “nós”, “a gente junto”, “nosso”, vai sempre sobreviver. E por mais que eu tivesse medo de te perder, eu não conseguia aceitar isso acontecendo. Contudo, lá no fundo, sempre sabemos que nada é certo nessa vida, que tudo pode acabar, de um jeito ou de outro e ainda que não estejamos prontos para o fim, o fim, às vezes chega sem avisar.
Eu sempre soube que não tinha o controle sobre você, sobre nós. Eu sabia que você era impetuosa, tinha sede de vida, das loucuras. Era impulsiva, queria ter tudo, queria sentir tudo. Você não se contentava com o pouco, com meias palavras, com o morno, com o insosso, com os quase’s. Você era aquela, que queria os arrepios na espinha, um zilhão de borboletas dançantes no estomago, o frio congelante na barriga. Você que queria rir de tanto chorar e vice e versa. Você era o mistério de um oceano inteiro.
Eu soube, no dia que eu te conheci, que só prometer amar-te, não te bastaria por muito tempo. Eu soube, na primeira vez que te olhei nos olhos, que só te prometer ficar, não te convenceria a ficar na minha rotina comum. Eu sabia que não te merecia e não entendia como mesmo assim, você ficava um pouco mais. Eu me torturava com os ensaios da sua despedida. Apertava replay no controle da tela da minha mente e assistia, infinitas vezes, tu dizendo-me adeus, de todas as formas possíveis que poderia existir e chorava em todas elas. Tentava encontrar palavras, gestos, o que quer que fosse, para reverter aquele fim.
Eu me preparei te todas as formas que alguém pode se preparar para te ver sair pela porta, para sempre. Mas não foi suficiente. Doeu. Doeu tanto. Doeu em lugares, que nem pensei que podiam doer.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Grey’s Anatomy)