
Ainda procuro palavras no dicionário capazes de descrever tudo que tenho aqui dentro. A ponto de esvaziar esses sentimentos emaranhados que carrego de ti no meu peito. Procuro por qualquer coisa que esteja a altura da confusão que você faz na minha cabeça, mesmo sendo também capaz de acalmar o meu coração e se fazer o meu lar. Anseio, te encontrar nas esquinas das ruas que passo todas as manhãs, só para te dizer o quanto eu ainda me importo contigo, mesmo que o meu silêncio, hoje, pareça ser a indiferença que nos mantém distantes.
Ah, como eu queria te encontrar na minha casa improvisada quando chego do trabalho e ter aquele teu cuidado, aquele teu beijo que dizia tudo que a nossa vontade de ficar juntos significava, aquele cafuné que ia do meu cabelo à minha barba, que você sempre soube tão bem como fazer. E por vezes, de tão cansado eu adormecia ali no teu colo e quantas vezes, acordei e te peguei me vigiando dormir. Tu me cobria de beijos e se aconchegava no meu peito, dizendo: “ você é o meu melhor travesseiro“, fazendo eu me sentir o mais sortudo dentre os homens, por tê-la nos meus braços.
Eu quase sempre tentava encontrar uma razão lógica, boa o bastante para explicar como era possível eu te amar tão intensamente. Ou como os nossos corpos podiam se conhecer e se reconhecer tão bem. Eu que nem acredito em outras vidas, confesso, que muitas vezes, cheguei a pensar na hipótese, de eu ter tido você nos meus braços em algumas dessas vidas, pois de alguma forma, só isso poderia explicar essa sintonia de quando a gente se amava, se sentia, se olhava, se cuidava, se conectava de um jeito que nenhuma palavra se faz justa o bastante para descrever.
Penso, que está na hora de eu assumir, que você elevou todos os níveis da minha vida, das minhas expectativas e necessidades e eu sei, que você sabe disso.
Quando eu aprendi a te amar, eu esperava tão pouco de tudo. Tinha tanto medo de me perder se me entregasse todo para alguém. Tinha medo de chegar ao topo e cair lá de cima e não suportar o estrago. E você veio, me amando tão facilmente, apesar de mim. Segurou firme a minha mão, me desafiou e encorajou a subir um pouco mais a cada dia da vida ao teu lado. E eu fui subindo. Todos os dias, um degrau a mais no teu corpo, nos meus sentimentos, na vida. Quando dei por mim, eu já estava lá em cima. E quando eu senti medo da queda, você simplesmente me mostrou que era possível voar. E eu me joguei inteiro no teu amor: atrevido, intenso e caloroso.
Sinto e como sinto uma saudade imensa tua. Sinto e como sinto a sua presença perto de mim, toda vez que vou fazer a barba na frente do espelho de manhã e de ti eu lembro, parada na porta do banheiro, vestida só com a minha camiseta surrada, com um olhar apaixonado. Lembro, dos seus braços me contornando por trás, me apertando e da sua voz rouca de sono, dizendo: “te quero mais tarde!” Sinto e como sinto estar engasgado com palavras, que só para você faz sentido dizer e que vontade sufocante essa de te encontrar e desentalar tudo o que o meu coração não teve coragem de te dizer, quando você brava (e impressionantemente, ainda mais linda) disse que não aguentava mais, que tinha que ir, para não deixar de ser você.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Casamentos.com)