
“Não me casaria contigo, mas passaria o resto da minha vida ao teu lado“, penso. Visto a minha calcinha de renda branca, a sua favorita, enquanto ele veste a box preta, do outro lado da cama com os lençóis bagunçados.
Ele lança o meu sutiã por cima da cama. Eu lhe entrego a sua camiseta. “Não me casaria contigo, mas poderia fazer isso todos os dias“, prevejo, vestindo a minha calça jeans rasgada, a camisa de cetim azul claro, observando-o pelo reflexo do espelho suado.
Ele aproxima-se, me veste com a jaqueta de couro. Diz que eu estou cada vez mais linda, sensual e bla-bla-bla. Viro. Sorrio. Dou-lhe um beijo demorado, passeio com os dedos no seu peito ao pescoço e reflito: “Não me casaria contigo, mas poderia ser para sempre, somente tua” e quase deixo tais pensamentos escaparem pelos os lábios, mas antes que qualquer palavra possa ser ecoada, meus olhos o confessam.
Ele me beija como se nunca mais fosse me deixar ou me beijar de novo (nunca tenho uma ou a outra certeza). Pega as chaves do carro, a carteira no criado mudo do lado direito da cama. Saímos pela porta. Saímos do estacionamento. Ele estaciona o carro na frente do meu prédio. Solto o cinto. Não o encaro. Ele levanta o meu queixo e me beija de novo, como se fosse, só ir ia ali, na padaria da esquina. “Não me casaria contigo, mas poderia te esperar todos os dias chegar da padaria”, creio.
Desço do carro. O encaro pelo vidro. Ele sorri, engata a primeira e sai. “Não me casaria contigo, mas amo-te“, concluo e entro.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Wattpad)