
Quero te dizer, que você é esta saudade insuportável em mim! Quero que saiba, que tudo isso é para tentar te encontrar ou te viver de novo. Por vezes, te reconheço nos detalhes dos quais você mexeu por aqui e deixou de algum jeito esquisito, um tanto quanto melhor. Penso que no fim é esse o sentido, não é? Ser melhor a cada pessoa que vem e deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Às vezes, eu te sinto presente mesmo com toda distância geográfica que nos mantém impiedosamente longe. São pequenas bobagens no meu comportamento, na minha rotina, na maneira nova que encaro as pessoas e as circunstâncias da minha vida depois de você. Eu me tornei um pouco mais você e essa é a graça, não é? O amor chega, te acolhe e te transforma, quase sempre para muito melhor.
Quero deixar claro, que eu sou inegavelmente apaixonada por você! E pretendo de te dizer inteiro, para não ficar para amanhã a metade do que foi dito, pois hoje, eu tenho pressa de você. Sabemos tão pouco sobre o amor, amar e ser amado. Ainda assim, penso que amar deve ser isso também, a urgência de viver cada dia dos próximos dias da minha vida ao teu lado.
Já falamos tanto sobre as possibilidades da nossa vida lado a lado, lembra? E mesmo com a saudade apertando sem misericórdia alguma o meu coração, te ouço falar baixinho: “nós vamos ser felizes, nós vamos ficar junto. É inevitável”. E eu acredito estupidamente nisso. E talvez, seja isso também um pouco de amor, acreditar que seremos felizes um dia, ainda que tudo agora esteja estranho, distante e improvável. Dizem que amor é sobretudo acreditar e como eu acredito em nós. No amor que nos mantém ligados de algum jeito insistente e no sonho da vida que planejamos em tantas manhãs preguiçosas de domingo. É intolerável, a saudade dos nossos domingos!
Quero te lembrar, que tudo tem consequentemente um pouco de você! E eu vou juntando as peças que te encontro, na tentativa tola de te juntar para perto de novo. Eu preciso que saiba, que não é uma questão de precisar de você e você me conhece bem para entender esse meu jeito desgarrado de viver, no entanto, é sobre escolha. Eu confesso, que levei um tempo para entender que eu tinha escolhido você e foi assustador ter que admitir que eu precisava de você, porque você era a minha escolha. Dessa forma, amar deve ser isso, quando somos mediocremente racionais e mesmo assim escolhemos o que faz a espinha dorsal esfriar, as mãos suarem, o brilho nos olhos ser mais fortes, o coração bater acelerado e o libido ser implacável. Nós simplesmente escolhemos e eu continuo te escolhendo.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Northern Native)