
Se você puder, me abriga entre o calor dos seus braços, me mima com o entrelaçar dos seus dedos no meu cabelo fino e me mostre os motivos para ficar, mesmo que eu peça para me deixar partir.
Se puder me ouvir, traduz as minhas lágrimas, compreenda o meu silêncio e não ignore o meu jeito estranho de explicar escrevendo no papel. Se achar que deve, complete as frases que eu te interrompi, diga as tais palavras óbvias que hesita em dizer, confesse tudo o que está engasgado no âmago do seu ser.
Se quiser, me recebe de novo, me cativa, me desvenda, me toma, me faz tua e torna todas as minhas razões para partir insignificantes. Se você se apaixonar, se entrega, se derrama…
Se você me amar, me aceita com todas essas minhas variedades e insuficiências e mesmo que seja bem difícil me suportar nos dia em que eu sou incrivelmente insuportável, ainda assim me suporte mais um dia.
Se houver dias em que passe a me odiar, por favor me perdoa, me dê outra chance de consertar o que quer que seja que eu tenha quebrado, de explicar o que quer que seja que eu não tenha dito.
Se for me esquecer em algum capítulo dessa história, por favor queime todas as outras páginas que a gente escreveu antes de partir, mas não me deixe mofar com tudo de você em um canto qualquer desta cidade grande.
Se por alguma razão eu de fato não mais te merecer, tudo bem, eu vou entender. Mas leve contigo essa metade de mim que já se tornou muito mais você do que eu.
Entretanto, se puder ficar, fica e me deixa te mostrar que todo o resto é paralelo e irrelevante, que é você o meu eixo, o meu equilíbrio e é o caminhar contigo que faz o seguir em frente fazer algum sentido.
Se você puder jura, me jura que o nosso amor vai durar, mesmo que isso possa ser um equívoco amanhã e se realmente for, faça de conta que não é.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Dirty Boot)