
O nosso amar de mentirinha tem tanta verdade que eu vou te amando sempre um tanto mais a noite.
Quando o Sol se vai mais uma vez e o céu fica mais denso e perene. Quando a cidade vai se aquietando e se mistificando com a escuridão e o silêncio da noite.
Da inevitável noite, quando o movimento se opõe, quando o tagarelar se amordaça e tudo que sobra é o vasto barulho da saudade e do desejo da sua infiel presença.
No demorado passar dos minutos, que se tornam infinitas horas pela madrugada diante do tamanho aperto no peito de te querer por perto, sempre mais perto e ainda assim, te encontrar sempre tão longe.
Tu estás sempre tão distante de mim!
Afastado por demais para cantarolar as nossas velhas canções.
Perdido para que venhas adormecer ao som da minha voz sonolenta a contar-te as obsoletas histórias.
Longe desmedido para aquecer-me e embrulhar-me com os lençóis de teus braços.
O que me resta pois, é esta melancolia atormentada, a vontade atrevida de ti, a lascívia exaltada de estares em mim e todas as lágrimas saudosistas dos nossos fins.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Pinterest)