
Penso que eu te amei mais por mim mesma, do que por você. Era sobre quem eu passei a ser depois de você. No quanto eu me sentia forte e destemida do teu lado. Do quanto a minha autoconfiança vibrava nas veias. Eu era gigante. Nada me parava. Nada me intimidava. Eu sabia o que queria e aprendi mais ainda o que eu não queria. Eu sabia o que fazer, mesmo que às vezes, eu não fizesse ideia do que fazer também. Eu tinha segurança nos meus passos, e até quando os meus discursos falhavam, eu tinha certeza, que fosse o que fosse o tamanho do estrago eu daria um jeito porque eu tinha você.
Nenhum outro homem foi capaz de me fazer sentir uma mulher maravilhosa como você fez. E não é síndrome da mulher maravilha que estou me referindo aqui, caro leitor. Isso aí é clichê, perto da certeza de ser uma mulher maravilhosa de verdade, nas mãos de um homem de verdade. Eu não tinha o complexo de ser perfeita ou de ter que resolver todos os problemas. Contudo, eu sabia que mesmo que eu não resolvesse nada, ele não deixaria de me admirar, mesmo que estivesse acabada (naqueles dicas que a vida atropela a gente e resta só o bagaço) eu tinha convicção de que ele continuaria me amando.. apesar de uma caralhada de coisas ruins em mim. Era diferente, entende?!
O jeito que me encarava. O jeito que me chamava. O jeito que sorria. O jeito que me provocava, que me desafiava. O jeito que chegava perto. O jeito que colocava as mãos no meu pescoço e me puxava para si. O jeito que me beijava, me encurralava nas paredes por aí, no carro, na box do banheiro, na pia da cozinha, no elevador… a força segurando os meus braços, a minha cintura, as minhas colchas… o jeito que sentia o meu cheiro, que arranhava a minha pele com a barba, que percorria com a boca o meu corpo, que me devorava, que me cabia, que me transbordava. O jeito que me amava.. era tudo diferente.
Você foi diferente! Tudo com você era diferente. Eu era diferente. Existem pessoas que chegam e despertam verdades profundas e até assustadoras sobre nós. Você me revirou inteira. Eu fiquei do avesso e descobri que era do avesso que eu era alguém de verdade. Você me fez mulher. Você me fez sentir tudo ao extremo. Você foi a minha adrenalina e calmaria ao mesmo tempo (dualidade que nunca vou conseguir descrever com palavras, não encontro vocabulário justo o bastante para isso).
A sua atual inexistência são como páginas em branco na minha vida. Eu me sinto perdida sem você, sem a ideia de ter você de novo. Tentando. Sempre tentando voltar a ser o que eu era com você. Te esperando, mesmo que eu saiba que você não vai voltar.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Paradise)