
Tenho vontade de chorar, mas sinto como se os meus olhos fossem como um poço seco.
Me sinto esquisita ultimamente. Um tanto perdida na vã tentativa de da certo e fazer tudo acontecer.
Me ignoro muitas vezes. Ignoro qualquer sentimento que possa fazer lembrar uma dor que não quero ter que sentir de novo.
Me escondo. Eu saio à francesa. Finjo não ter visto qualquer tipo de aproximação que de algum modo me questione, me obriga de alguma forma a expor as minhas verdades e os meus porquês.
Me abrigo no meio da cidade, toda vez que a meteorologia interna alerta que vai chover e não vai chover pouco aqui dentro e eu sei que não tenho guarda-chuva para lidar com a tempestade. Por isso, saio para qualquer café de uma rua qualquer e me abrigo por lá no meio de estranhos que distrai minha mente sem nem saber.
Me faço dormir, toda vez que o frio da solidão me paralisa.
Me deixo em um canto qualquer, toda vez que a dor é inevitável, a hemorragia não estanca e eu não sei mais o que fazer para me ajudar e lamentavelmente eu desisto de cuidar de mim, mesmo que por um momento ou outro.
Deixo de me procurar não poucas vezes, pois temo me encontrar da mesma forma e ainda não ter soluções, respostas ou saídas.
Quase todo dia a garganta fica embargada, os olhos ficam turvos, o coração aperta, mas não tenho lágrimas ou coragem para transbordar e esvaziar o vazio que já não cabe-me mais.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Pinterest)
Me sinto assim as vezes!
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