
Eu pensei que éramos perfeitos, mas quanta ilusão acreditar em algo que já era óbvio. Não eramos perfeitos sozinhos, como poderíamos ser perfeitos juntos? Mas eu acreditei que podíamos, meu Deus, como eu acreditei!
A verdade é que a sua chegada na minha vida foi tão bem vinda… e talvez, todas as chegadas de algo tão bom em um momento de devasta dor seja muito, realmente muito bem vindo. E o que parecia ser de mansinho, foi extremamente rápido e eu seria creatina demais, se agora dissesse que estava cega e que não notei a velocidade alta marcada no velocímetro da nossa relação, em uma estrada que eu tinha plena consciência do perigo.
Uma relação aparentemente delicada, gentil e leve. Fostes todos os meus desejos realizados de uma só vez e dizem por aí: “quando a esmola é grande, o santo desconfia“, eu deveria ter desconfiado!
Você me fazia sorrir, silenciar. Me ouvia, esperava. Me encantava. Me buscava. cuidava. Me excitava, desafiava. Você dizia que, absurdamente me amava. Era doce e quem poderia adivinhar o gosto agridoce que isso teria?
Eu amei toda as circunstâncias gentis. Amei todas os frios na barriga dos primeiros dias. Eu superei cada pequena incerteza de conhecer as nossas famílias (e puxa, eles nos amaram!). Eu acreditei que seria para sempre o nosso “nosso”. Palavras, apenas palavras…
Hoje penso em você como corridas de carro, são tão excitantes, emocionantes e desafiadoras. Todos aqueles carros atravessando a pista com tanta velocidade que a gente mal os vê passar, é quase um vulto. Completam o circuito tão rápido. E depois, bom, depois acaba. Nós acabamos.
Só precisávamos de calma, menos velocidade e de tempo, mais tempo. Concluo, enfim.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Candle & Quill Photography)