ames-me agora ou nunca mais

Não abandones a urgência que tens de mim.

Eu quis dizer. Quis gritar. Quis obrigar. Ainda que fosse preciso amarrá-lo em uma cadeira e torturá-lo com cintas, algemas, calor… O que não dava para tolerar era aquela indiferença. Aquele descaso cretino com tudo o que tinham construídos, depois de tudo. Amigos. Ex’s. Família. Fuso horários. Infinitos fins de semana esperando, e agora longas madrugadas me perguntando como tínhamos chegado aquele ponto. Como ?

Não hesite nem por um segundo a tua força.

Poderiam dizer tudo sobre nós. Loucos. Precipitados. Desnudos de qualquer padrão. Mas jamais aqueles que hesitaram ao que queriam e era exatamente isso que mais me excitava. O que sentimos um pelo outro desde a primeira vez nunca foi uma hesitação. Ainda que quiséssemos, sempre houve uma atração forte entre nossos olhares, boca, pele… o que tínhamos estava muito além de qualquer dúvida, incerteza, descrença. Fora assim que tínhamos chegado tão longe. Nunca evitamos um riso, uma lagrima, um beijo, um abraço, um orgasmo. Nunca!

Não silencie nenhum dos teus desejos e fantasias.

Não foi do nada que as palavras começaram a ficar soltas no ar. Foi como a chegada de um inverno intenso. Um dia de cada vez e cada vez mais frio. Fomos silenciando uma caralhada de coisas que jamais poderiam ser silenciadas. Deveria ter outdoors no meio das grandes capitais dizendo: “FALE TUDO! FALE JÁ! NÃO DEIXE DE FALAR!”, assim mesmo, com letras garrafais, com cores gritantes, pois quando as palavras deixam de sentar a mesa no jantar, de acompanhar nas horas das programações fúteis da TV, de provocar nas manhãs preguiçosas na pia do banheiro, todo o resto também se silencia. E que merda desgraçada quando o silêncio ensurdece dentro de casa!

“Sacie a fome que eu tenho de você.”

Imagine alguém faminto de vida. É assim que eu me sinto agora. Faminta da minha vida. Faminta de você. A gente percebe na ausência o quanto algo se torna imprescindível para vida. Eu que já aprendi a viver com tão pouco de tudo, agora o tudo que tenho não me basta sem você aqui para me chatear, irritar e enlouquecer. Eu poderia te dizer todas as razões que te tornam indispensável para a minha sobrevivência, mas pra quê perder tempo com as palavras? Se tudo o que mais necessito e muito, pra já, sem nenhuma sombra de dúvidas e de pudor é de você todo em mim. A tua fome de mim é a falta que mais me atormenta.

“Ames-me agora ou nunca mais!

O amor não deveria ser jamais algo ocioso. Todos deveriam ter isso em mente. Penso que ou ele é ou ele não é, e qualquer coisa que passe disso é gelado demais, ensosso demais. E você me conhece bem, sabes que eu nunca fui dada as coisas mornas. Ou me revira inteira ou nem chega perto. Ou me faz subir pelas paredes ou nem passa pela porta. O é você inteiro, quente, feroz ou não quero isso aí que parece com o homem para quem eu me entreguei inteira, mas que agora não tem mais nada a vê com ele. O amor jamais deveria ser um ultimato, mas às vezes é tudo o que resta à fazer. Eu te amo tanto, mas não suporto mais as tuas sobras de amor. Ou você vem agora ou não apareças nunca mais na minha frente.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Voinalovich)

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