
Eu amo saber que tu me lê mesmo que às vezes, tudo o que falta de você na minha vida me faça querer duvidar que isso seja uma verdade. A tua presença sutil ainda que virtual, me prova que você foi real e não só mais uma das minhas fantasias.
Os dias estão passando tão depressa. Percebo no reflexo do espelho que estou envelhecendo e para ser sincera isso não me incomoda muito, mas me entristece eu não estar envelhecendo ao teu lado. Cada dia longe é um dia a menos da nossa história. Estou perdendo os detalhes. Estou perdendo as trivialidades. Estou perdendo o meio. Estou perdendo você.
Não tenho medo da morte. Não tenho receio dos fios brancos que já estão dando o ar da graça. Também não estou nem aí para as ruguinhas no canto dos meus olhos, mas me importo tanto por não está aí, ao teu lado para perceber essa transição em você também. Tenho tanto medo de te encontrar amanhã e não te reconhecer mais. A ausência estranha as pessoas, e como eu tenho pavor de você me estranhar amanhã!
Quanto mais dias vem, menos dias tenho contigo. E dentre todas as coisas por vezes mal escritas na rotina, certamente a tua ausência é de todas a mais insanável. Como eu posso reparar o vazio? Como? Não tem como, não é. E isso que é a puta de uma merda!
O vazio da sala. O vazio da cadeira do outro lado da mesa. O vazio do lado esquerdo do closet. O vazio da cama. O vazio … a cada dia você tem se tornado o vazio. Um vazio grande demais para ignorar, amor!
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Joy Hild)