E nós ?

Amor, e nós?

Eu fico aqui revirando as nossas coisas dentro de mim, procurando incansavelmente por respostas, por possibilidades, por um caminho que nos faça ser nós de novo.

Como que se sobrevive a isso? Me fala !

A cada dia. A cada nova circunstância. A cada novo acontecimento, a gente se distância mais, sempre mais… a cada parcela de vida que nos ocorre, o nós se torna cada vez mais improvável, e essa consciência me tortura. Você sabe disso! Eu não caber nos seus planos, na sua agenda cheia de uma quantidade absurda de tantas outras coisas e eu não ser nem de longe uma das suas prioridades dentre tudo isso, acaba comigo!

Não esperava que acabasse assim. Mas não sei se posso lidar com as consequências no futuro das suas decisões de hoje. Até queria ser capaz de prometer que sim, que vou te esperar, que vou dar conta de lidar com toda a tua bagagem, que vamos dar um jeito nessa bagunça toda juntos e passar por cima de todos os desentendimentos, desencontros, incompletudes de agora… mas será que vou mesmo? Não sei.

Penso que chegou a hora de dizer adeus de verdade. Não esses adeus meia boca que a gente tem improvisado todo esse tempo. Sempre um até nunca mais, com gostinho de te vejo a amanhã. E mesmo que o amanhã demore semanas, meses e até anos ele sempre torna a ser, não é? Você sempre volta. Cinicamente, mas volta. E eu sempre te aceito. Gananciosamente, te aceito! E quer saber, eu te odeio tanto quanto te amo por isso.

“Não volte nunca mais“, eu sempre tenho vontade de te dizer, mas nunca digo. “Me esquece, pelo amor de Deus” suplico por dentro, mas não, nunca te deixo saber tais pensamentos. Ao invés disso, me escapa dos lábios como areia escapa entre os dedos que eu te amo… amo tanto que doe-me inteiro. Vê se não se esquece disso, droga! Minha droga favorita.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Rachel Meagan Photography)