náufrago

Não sei dizer o que está se passando aqui dentro. Não consigo enxergar nada claramente. Mas sinto e me aporrinho com tudo que não falo mais para você e que me esforço para esconder de todo mundo. Sentir o seu perfume, o seu calor, o toque firme e gentil de suas mãos, os seus lábios irreverentes e molhados, os seus braços tão alicerçado em meu contorno, a pulsação do seu coração acelerado, a sua respiração ofegante, os seus sons baixinhos de prazer, o brilho dos seus olhos que refletiam a sua fé. Uma tamanha fé no amor, na felicidade e em nós!

Quando me esforço um pouco mais te vejo… vejo a sua imagem em cada pedacinho daquela nossa última noite. Vejo você confusa, ferida, amando, entregue. Sorrias como se vivesse a felicidade plena. Teu corpo derretias em mim como se o mundo lá fora estivesse acabando. Tua voz me confessavas teu amor como uma suplica.

Hoje, também temo as memórias turvas, porque sei que a imagem da mulher vai se esvaindo como uma imagem que perde a cor, os traços e lentamente se apaga e fica só um rabisco no papel. E pensando assim eu me pergunto, se há algo que possa ser feito para mudar essa fatalidade e consequência?

Eu não posso agora dizer que não conhecia os riscos e que não sabia o que estava fazendo comigo mesmo, com você e com a gente. Porque sim, ao longo das minhas faltas, houve muito caso pensado. E eu decidi correr todos os riscos que decorrem das aventuras por aí, das chamadas não atendidas, das chegadas atrasadas, das fúteis desculpas diárias, do adiar da conversa chata e tão necessária. E quando eu cansei da vida paralela, você já tinha se cansado da nossa vida real sem a minha presença há muito tempo.

Eu te amei com todo o meu coração, você me amou com toda a sua alma e agora, restou apenas a vontade de estar com você. A saudade do que fomos, fizemos e vivemos juntos. Resta a tortura por tudo o que sei sobre onde eu falhei e assim vou me deixando naufragar nesta nostalgia estranha do saber que já acabou o que um dia era a gente, o que foi nosso. Amor, eu estou naufragando nas nossas lembranças. Estou morrendo afogado no mar da tua falta!

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Tressa Wixom Photography)

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