
“Se eu pudesse eu voltava atrás e fazia tudo diferente“, quem nunca disse isso que atire a primeira pedra. Ninguém. Ninguém. Ninguém.
A verdade é que somos muito suscetíveis a arrependimentos e ao sentimento de que se estivéssemos lá atrás, agora, neste exato momento, não faríamos o que fizemos. Não falaríamos o que falamos. Não isso, não aquilo. Não aquela pessoa. Não aquela despedida. Não à tantas coisas e não nos damos conta, de que não é uma questão de voltar ao passado e sim, quem eramos, o que tínhamos, o que sabíamos que fez toda a diferença.
Eu só falo sobre o que eu me “arrependo” ou o que faria diferente hoje, porque agora eu tenha a experiência do que fiz ontem e finalmente posso julgar se poderia ter sido melhor ou não. Mas isso de forma mais cientifica e metódica uma quantidade grande de terapeutas, psicólogos e especialistas podem falar melhor do que eu. O que eu quero dizer aqui é sobre o olhar de alguém, que sempre questiona o passado e sempre tem pensamentos de que eu poderia ter feito diferente e que tem aprendido que eu não poderia ter feito melhor ou diferente, simplesmente, porque aquela eu do ontem, não sabia e via as coisas como a eu de hoje sabe e vê.
É daqui que vem aquele pensamento clichê, que diz que são as experiências que nos dão a sabedoria e a capacidade de medir o peso das consequências das decisões que tomamos ao longo da jornada. Não dá para pular a etapa. A vida não vem com manual e suponho, que se viesse, raros de nós se daria o trabalho de ler (somos uma geração que mal lê contratos!).
São as minhas escolhas “equivocadas” de ontem, que forjam a minha capacidade de escolher melhor hoje. Por vezes, é a consciência dos resultados não tão bons que tivemos, que dosa a urgência de dobrar a primeira esquina ou de escapar pela primeira porta de emergência.
Tudo o que eu conheço, penso, falo, compreendo, sinto, escrevo, melhor é por consequência de tudo que eu não era ontem. Eu sempre volto a sentença do: e se..? Mas se o “e se” houvesse sido o que eu imagino hoje, eu não seria sequer quem eu sou hoje. Levemente complexo e tão óbvio, não é?
Tudo isso para dizer, que a melhor saída para a angustia do passado que atormenta, é fazer as pazes com ele. Quando as ondas ficam agitadas demais no meio do oceano e você é apenas um pequeno barco em meio toda aquela imensidão azul, a melhor forma de sobreviver é se colocar em conformidade com as ondas para que elas não submersa o seu barco (até os grandes navios que encontram tempestades inesperadas fazem isso).
O passado só tem duas finalidades: guardar memórias e estabelecer aprendizados.
Não quer dizer que todos os dias serão flores no futuro. Na verdade, serão bem poucos os dias floridos, mas são os espinhos que nos ensinam aonde não pisar, o que não aceitar, o que não fazer. É do ser humano compreender melhor o NÃO do que o SIM, fazer o que!
Sobretudo, é sobre ser grato por todas as “merdas” do passado. Rir do que fez chorar. Sambar na cara da “humilhação”. Sacudir a poeira. Chultar o balde (se necessário). Tomar uma respiração profunda de 6 segundos e continuar.
Tempos novos sempre chegam e tudo o que temos de verdade, neste minuto, é o hoje e o sonho do amanhã.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Marte é para os fracos)
Quem nunca desejou voltar atrás… ter feito diferente, mas não tem jeito, só aprendemos com o tempo e com a maturidade.
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O processo é inevitável 🙂
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