Às vezes, encontramos com o amor tão sem querer, que nem sequer imaginamos o tê-lo encontrado. A verdade é que ainda que tenha infinitas formas, o amor é sobretudo simples e calmo.
Uma vez ouvi alguém dizer, que amor seria aquilo que fosse capaz de ser tudo sem precisar fazer nada e o meu coração estaria tranquilo, porque ele seria um tanto da minha paz.
Hoje, estive com um tipo amor que me trouxe paz, calmaria nas ondas agitadas do meu peito, calor na minha pele, leveza no meu riso, trocas no meu olhar, presença no meu momento.
Partilhamos o silêncio. Compartilhamos entre nós a nossa individualidade. Retribuímos igualmente os nossos interesse um pelo o outro (olho no olho, mão na mão, boca na boca, pele na pele…). Não escondemos as nossas imprecisões. Dividimos o melhor do nosso tempo à um, à dois.
Não tínhamos muito. Aliás, tínhamos só dois livros, areia, o barulho do mar, as nossas cangas forradas. A cabeça dele deitada na minha colcha. A minha mão esquerda a segurar o meu livro de romance do John Green. A mão direita dele a acariciar o meu quadril, enquanto ele lia o seu livro em espanhol sobre direitos da sociedade. Os meus dedos da mão direita a passear pelos fios loiros de seu cabelo molhado da água do mar.
Por vezes, os meus olhos se perdiam entre as páginas do meu livro e a cor dos olhos verdes dele, que se distraiam das páginas do livro e focavam na cor bronzeada da minha pele. Outras vezes, sentia o deslizar dos dedos dele na minha pele ficarem mais intensos e não demorava muito para os livros serem soltos na areia, o seu corpo se debruçava sobre o meu e os nossos lábios se encontravam carinhosamente. Amor de tarde de verão como diziam por aí… Simples, pequeno e até comum e no entanto, pleno, completo e silenciosamente discreto e feliz .
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Dirty Boots and Messy Hair)
[lembrança de 07 de Abril de 2019]
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