
Quisera eu que ainda me amasses como ontem, quando ainda tinhas admiração. Tu me veneravas como ninguém. Tu me despia a alma com o olhar. Tu me derretias quando pronunciavas as nossas palavras, sem precisar ecoar os sons. Ainda a distância, bastava tu estás do outro lado da linha e eu era capaz de sentir o seu cheiro, o seu calor, as suas mãos, a sua força…
Sinto falta do teu olhar que me dizia o quando eu era maravilhosa. Sinto falta do teu sussurro de orgulho por mim, por nós. Sinto falta de quando me beijava milimetro por milimetro, do quanto cada instante de vibração minha tinha a sua total atenção. Sinto falta de quando você segurava as minhas mãos enquanto caminhávamos pela vida com tanta firmeza, como se segurasse o mundo inteiro, sinto falta de quando eu era o seu mundo.
Procuro nas entre linhas as respostas que não encontro nas linhas de quando e como nos perdemos nos detalhes. O que pesa na balança são sempre os detalhes. Pequenos. Simples. Bobos. Mas são eles que encantam, que temperam o todo, que iluminam nos dias escuros.
Acho que nos perdemos aí. Quando deixamos de dar luz as pequenas coisas que faziam tanta diferença. Eu faltei. Você faltou. A droga da falta um pouquinho a cada dia e quando menos esperamos, já parecia não ter mais nada.
Hoje, te assisto de longe. Sei que está bem. Eu também estou. Só não sou mais a mesma e mesmo preenchendo um dia o outro com outras possibilidades, nada chega aos teus pés (isso me tortura, não posso negar).
Nada é tão bom como o nosso ontem, quando eramos fascinados um pelo o outro. Nada é tão bom como as nossas escapas aos bastidores dos nossos eventos. Nada é tão bom como a nossa reciprocidade em tudo. Nada é tão bom como a nossa ansiedade para estarmos juntos e quando juntos, tudo ao nosso redor era completamente irrelevante.
Saudade dos nossos ontem’s, quando para nós não haviam impedimentos, poréns ou quem sabe’s… Queria ainda poder te amar como ontem, porque hoje eu só tenho saudade.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Tory Burch)