
Quando você me encontrou, eu vagava pelas ruas da minha solidão, caminhava aos trapos, arrastava os pés e por vezes, implorava por amor e às vezes, até ganhava algumas migalhas. Nada me encantava. Nada me bastava. Quando você me encontrou , eu estava tão perdida dentro de mim, tão vazia, tão sozinha e já não esperava mais nada. Nada de tudo. Nada de ninguém.
Sempre vejo um pouco (ou muito) de Deus em você. Quando você chegou, você me tirou do limbo. Você me levou para casa. Você se tornou a minha casa, até que eu pudesse ser casa de mim mesma e depois de reconstruída, ser casa para nós dois.
O teu amor me levantou do chão, me encheu de esperanças sobre o futuro. O teu amor me fortaleceu para que eu colocasse a minha vida em ordem. O teu amor me revigorou a vida. O teu amor foi chama que acendeu os sonhos que já estavam em cinzas.
Tu, a memória de um lar onde eu fui feliz. Feliz, mesmo quando tudo o que eu podia te dar eram lágrimas e tu, acolhias uma a uma.
Tu, o amor maior do mundo revertido em cuidados. Tratou cada uma das minhas feridas como se fossem suas. Me colocava no colo e esperava os surtos passar.
Tu, que não desistia mesmo quando eu desistia e por vezes, eu saia pela porta como se nunca mais fosse voltar. E mesmo quando eu te magoava, te deixando assim, tu me esperavas voltar e eu voltava.
Tu, o amor que aguardou o tempo em que eu estivesse finalmente pronta. Ninguém teve tanta paciência. Ninguém me doou tanto de tudo e de si como tu. E hoje, se estou respirando leve assim, é porque você estava lá nos piores dias da minha vida, respirando por mim, tornando os dias impossíveis, possíveis de algum modo que eu nunca vou conseguir entender ou explicar, só sentir.
Tu, as batidas fortes que sinto no meu peito. Às vezes, penso que você foi como um desfibrilador que trouxe as batidas mais fortes ao meu coração. Eu não conhecia as sensações doces e nem intensas antes de você. Eu não sabia o que era ser olhada milimetricamente antes de você. Eu não sabia o que era sentir prazer aos toques fortes na pele antes de você. Desconfio que antes de você eu sequer amei ou fui amada.
Tu, é a certeza de que amei e que fui amada. Que ainda amo e está segurança pelo o que sinto no peito que me dá forças para continuar. Continuar por mim. Continuar por você. Continuar por nós. Por vezes, te esperar voltar pra casa, até que o dia acabe, até que a vida se organize para nós de novo.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Jak Major)