
Sinto tanto a tua falta que me doe o corpo inteiro. Não era assim antes dos últimos acontecimentos, quando eu ainda tinha esperança no nosso futuro juntos. Contudo, toda a expectativa sobre um futuro que podia vir a ser e agora não existe mais, saqueia-me o ar dos pulmões, a voz, as forças.
Como pode isso? Eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos ter motivos para perder as esperanças. Aliás, dizem por aí que a esperança é a última que morre. É o cúmulo a esperança de nós dois ter morrido na minha vida, antes do meu coração parar de bater de verdade. E às vezes, eu começo a considerar que o meu coração já parou, antes isso, do que a falta da esperança de amar você amanhã.
Você está a cada vez mais longe de mim. As circunstâncias me roubam de ti em plena luz do dia. O mundo está mesmo sem limites. Tento ignorar essas insanidades. E você ainda espera que eu aprenda a viver sem você. Beijo outras bocas como se fossem a tua e tenho vontade de vomitar. Sinto outras mãos no meu corpo e tenho vontade de arrancar a pele fora quando vou tomar banho.
Saber que você colocou outra pessoa no meu lugar com tamanha facilidade, mutila o meu coração todos os dias. Saber que ninguém pode substituir você com a mesma destreza que você fez, me mata um pouco todas as madrugadas frias.
Sinto tanto a tua falta que tenho vontade de gritar com você. Logo eu, que mal sei falar alto. Por vezes, eu só peço a Deus que te tire do meu coração com a mesma força que te tirou da minha vida. A pior desgraça na vida é ter o dono do teu coração arrancado da sua vida sem ter levado o coração que habita junto. Preferia ficar sem o meu coração, do que com ele todo marcado com partes tuas, das quais não me deixam viver sem você.
Eu não sei viver sem você como você sabe viver sem mim. Eu juro, que tento. Escrevo diferentes histórias. Enumero possíveis acontecimentos. Forço-me a provar outras possibilidades. Arrasto-me nem que seja pelos cabelos no tal do “move on“, mas não adianta. Nunca adiantou. É tarde para dizer, mas dane-se, vou dizer assim mesmo: sempre foi você a minha escolha, sempre foi você a minha mais sã loucura, sempre foi você o encaixe perfeito.
Eu odeio ter os meus últimos dias pensando em você e não realmente vivendo você. Eu daria cada hora do meu hoje, para viver os minutos do ontem com você mais uma outra vez. Eu rasgaria em milhões de pedacinhos todos os meus planos, para viver só mais um único plano ao teu lado. Eu não voltaria no tempo, mas eu pararia o tempo na nossa ultima vez.
“È tardi, ma dai” eu preciso de mais um instante dos teus dizeres, do teu beijo, do teu toque, dos teus modos, do teu corpo, da tua vida na minha.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / 50 Tons de Cinza – O Filme)