E tudo o que me remente a felicidade, a calor, a inteireza me leva à você. Tu, o sinônimo da cura para as dores que sinto no meu corpo que não te encontra aqui, ali, em ninguém por mais perfeito que seja.
Por tudo o que há de mais sagrado, tu é a vida que me falta. A calma para os meus tormentos. A saciedade para as minhas urgências. Pergunto para as paredes ou à Deus, se tu vens? quando vens? Pouco me interessa os porquês ou razões que te mantém longe, desde que todas essas coisas deixam de ser mais importantes que a tua pressa em chegar aqui, chegar por mim, chegar dentro de mim.
Hei de ser condenada por te amar e te esperar como se dependesse de ti a minha vida. E temo concluir que depende, se não a vida, a razão poderosa para fazê-la valer. Para que me serve a vida se não posso fazê-la valer com, por e em você?
Entretanto, também tenho que te dizer que estou exausta de esperar você e essa tua capacidade letal de me fazer soar, perder o ar e fraquejar as pernas. Tenho vontade de te mandar ir a merda, tanto quanto tenho vontade de bater na tua porta nua e obrigar-te resolver-me inteira. Por enquanto: VÁ A MERDA! Você e essa saudade que desgraça todos os meus dias de sossego.
Estou travando um pouco mais a cada dia. Me desfaço em milhões de versos em busca de encontrar um, ao menos um que me liberte desse amor que me condena a solidão. Eu não sei se te amo muito ou te odeio na mesma medida, por tornar-me uma parte de alguém que não está aqui; por tornar-me pequena sem ti.
A tua ausência está me destruindo e eu me sinto uma imprestável diante dela, completamente tola e paralisada pelo o amor que é teu. O amor que me obriga te aguardar mais um dia. Sou uma filha da puta que te aguarda (ama) por dias que nunca terminam.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Janas Nuderl)
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