
Quando vier tu não vais me achar. Estou certa disso agora. Estou certa do que eu não quero mais na minha vida. Querer você, eu quero tanto, mas querer você a maneira que me condiciona esperar e quiça te ter, me faz perceber o que eu não quero. Não viverei mais a caminhar na corta bamba das tuas incertezas, das tuas sobras, das tuas vias possíveis.
Acredito no tipo de amor que luta por quem se ama. Acredito no tipo de amor que vem, que fica, que insiste. Foi assim que percebi o que me doe até no meu diafragma, tu não me ama. E suponho que nunca amou. Então porque eu te esperaria? Sabe se lá para quando? Para como? Para onde?
Covardia tua pedir algo que nunca vai me dá. Filhaputagem fazer promessas que você nunca vai cumprir. Beira a ser desumano as coisas que dizes com tamanha sagacidade. A unica coisa que te impede de seguir com isso sou eu. Eu que não vou mais fazer de conta de que não leio nas entrelinhas, que não vou mais alimentar os meus sentimentos com as tuas migalhas, tão pouco vou te esperar.
Percebi a base que os dias de indiferença vieram o quanto eu preciso me salvar de ti. Ninguém pode fazer isso por mim. Você não faz ideia do quanto eu tentei ser a advogada do diabo para não me convencer que te esperar é um erro. Te amar me condena a uma solidão quase eterna. Te querer me aprisiona a uma vida além de você.
Eu não queria uma vida além de você, mas você não está aqui para dividir a vida, então o que me resta? Mofar sozinha como você quer prometendo que vai chegar ou te deixar pra lá de uma vez por todas e seguir em frente?
Estou abrindo as cortinas, as janelas, respirando novos ares. Te limpando dessa casa. Te apagando dos meus planos. Que tu sejas um sonho antigo esquecido no canto mais remoto da minha memória.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Bruwho)