raízes

Não houve uma vez só, em que o meu coração não tenha quase parado em todas as vezes em que acreditei que você estava chegando, voltando. Se eu não te esperasse com tanta certeza, duvidaria que te amo ou qualquer coisa que justifique minha insistência, minha fé em você.

Só quem ama tanto (ou é louco na mesma proporção) é capaz de esperar dias e dias a perder as contas. Só quem ama apesar de… é capaz de enxergar uma luz no fim do túnel escuro e longo.

Eu juro que tentei seguir minha vida sem nada de ti. Abandonar os nossos planos. Deixar você ir de dentro de mim como se foi da minha vida. Esquecer! Recomendou amigos e as doses de tequila que virei em algum bar da Augusta. Revisitei-te nas minhas melhores memórias. Fui outra vez a Campos do Jordão reescrever nosso ultimo dia. Sentei na colina mais alta e enquanto o sol partia, eu implorei para que ele te levasse junto.

Isolei-me das redes sociais, dos amigos todos, da minha família para me isolar de você. Houve dias que eu só queria sumir do planeta, como se isso fosse te fazer sumir de dentro de mim. Fechei todas as janelas e portas por semanas. Deixei o meu corpo inteiro sentir tudo em doses altas de você, para temer te sentir de novo – a psicologia reversa é uma mentira, constatei! Não teve jeito. Eu não consegui te por um fim.

Então desisti de te apagar. De anular o que eu sentia. Não podia arrancar você de mim sem arrancar o melhor de mim também. Ficou tão claro como a luz do dia, que você já era parte de quem eu tinha me tornado e a grande verdade é que eu amava essa versão que me tornei. Estava a dar soco em pontas de facas. Caminhando na contra mão do meu próprio inconsciente. Querendo te arrancar, sem querer abrir mão de quem eu era. Foi então que eu te aceitei aqui dentro de novo.

Passei a te amar de um jeito diferente. Não mais dependente e sim, com admiração. Entendi que precisava te admirar outra vez para ser capaz de admirar e apreciar quem eu tinha me tornado. Eu precisei olhar para as nossas melhores partes para aceitar as raízes da minha transformação. Lembrei da passagem do trigo e do joio, que Jesus sabiamente instruiu que não arrancassem o ruim até que ambos estivem prontos para a colheita, para não perder junto com o joio o trigo. O que eu sentia precisava amadurecer antes de ser separado das coisas ruins de nós.

O tempo fez o seu trabalho. Deixei a saudade do teu amor e a decepção da tua desistência crescerem juntos, até que eu pudesse ser capaz de separá-los sem destruir o que foi bom entre nós. Coisas que me tornam grata à sua morada nos meus dias frios, o seu colorido na minha rotina cinza, a sua bagunça na minha entediante organização. Ontem li no muro que “nenhuma pessoa chega por acaso“. Você não foi por acaso, por isso, ainda te amo. Diferente, é claro! Mas vou sempre amar por todas as mudanças boas que causou em mim.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Between the Pine)

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