alcançar

talvez eu só te queira agora, porque agora eu não posso mais alcançar-te.

talvez eu nunca tenha te amado de verdade. talvez eu nunca tenha feito planos do depois. depois que eu te alcançasse. que eu te convencesse. que eu entrasse no teu coração. talvez, tudo foi apenas a necessidade de conquistar. de provar que eu podia te alcançar.

planos ordinários. não era amor. ideias indecentes. não era amor. armadilhas indecorosas. não era amor.

no fim das contas, tudo se passa da cafajeste arte da conquista. enquanto tu não era capaz de se reconhecer como minha, eu não podia desistir de você. e não desisti. te alcancei diversas vezes. te provei que você seria feliz comigo. mais, te provei que o que eu podia te dar e te fazer sentir o que ninguém. ninguém mesmo poderia fazer ou ser por você.

você me deu um trabalho maior que todas as outras. gastou todo a minha lábia. precisei inclusive crescer na arte da conquista. ser mais do eu já tinha sido. fazer mais do que eu já tinha feito. e quando finalmente você disse com todas as letras “sou tua“. eu te deixei.

te deixei e me perdi completamente. aprender a ser mais para merecer o teu amor me expandiu. eu não coube mais na forma anterior de antes de você. tentei. e como tentei. mas toda alegria de um dia de vitória passa quando o novo dia chega. e tudo depois de você, não se comparou a felicidade que eu tinha quando eu tanto te queria e tanto fazia por isso.

talvez, eu seja esse sujeito desprezível que não sabe viver sem a arte da conquista. eu te amava, porque eu tinha que te conquistar. eu te queria mais do que qualquer outra coisa, pessoa, momento, porque tu estavas do outro lado. o lado que eu não conseguia alcançar.

talvez, só talvez, esse seja um tipo de amor (mesquinho). agora que você está bem de novo sem mim, eu me sinto pequeno e raivoso comigo mesmo. não consigo encontrar novos planos para te conquistar. ter novas ideias. planejar novas armadilhas para te provar de novo que eu mereço você. até porque eu não mereço. e assim como eu não sou mais o mesmo. tu não és mais a mesma.

e talvez, seja porque tu não és mais a mesma que me faz te querer mais do que antes. eu ainda fico fascinado com a tua capacidade de ser sempre mais do que eu posso alcançar!

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Michelle Gonzalez Photography)

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