parecia que o destino não queria nos ver juntos. toda vez que marcamos dava errado. até que me dei conta que era eu a responsável. eu adiava te encontrar, porque não estava pronta para te pôr um fim. mais, eu não queria te pôr um fim de jeito nenhum.
quando você marcava eu começava a contar os dias, as horas, os minutos para chegar logo o momento do compromisso escrito na agenda. mas quando ia chegando perto de acontecer, o desespero me tomava a razão e eu começava a torcer com todo o coração para você desmarcar. e por várias e várias vezes os imprevistos aconteceram. você desmarcava em cima da hora, por vezes nem avisava, só me deixava esperando. e eu morria de raiva!
poucas vezes em que estas coisas inesperadas não interrompiam os nossos planos. a saudade e a urgência corria no meu sangue por todo o meu corpo. contudo, o medo do último instante contigo era tão certo dentro de mim que me envenenava. e eu preferia morrer envenenada de saudade, do que ter um último dia ao teu lado.
fazer o que, neh! em casos assim, nada faz o menor sentido.
a verdade mesmo é que eu não consigo me despedir de ti. talvez, eu até consiga (e só diga que não consiga), mas o que adianta? se eu não é nem de longe o que eu realmente quero.
estou fugindo de você com a mesma coragem que eu tenho de correr para os teus braços. são escolhas. boas ou nãos. coerentes ou não. salvadoras ou não. porém, são escolhas.
tu sempre escolhes me manter (somente) em um espaço vago na sua agenda. eu tenho escolhido adiar cada um desses espaços. enquanto te adio, ainda tenho esperanças.
o problema da esperança é que ela é só isso: a espera(nça).
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Bailey Livingston Photography)
reescrevo 