águas

Os dias são como águas da correnteza de um rio que descem ao encontro do mar da vida.

Eu sou uma gota que se rende a cada instante que muda tudo no mover dessas águas.

Por vezes, sou todo o rio. Por vezes, sou todo o mar. Às vezes, sou apenas a espuma das ondas.

Da vida nada sei. Na vida tudo experimento.

Tudo o que sinto transforma-me inevitavelmente.

Há dias que estou a favor da força que me empurra cachoeiras à baixo.

Há dias que estou a mercê das agitadas águas do mar temperamental de Copacabana.

Há dias que sou somente águas tranquilas no meio do oceano Pacífico.

Em nenhum dia sou igual, por mais que todos os dias sejam iguais.

Nada mais quero. Nada mais me importa. Nada mais me transborda.

Da vida nada sou. Na vida em tudo torno-me.

Como a dimensão horizonte do oceano onde não se avista o seu fim, eu anseio a liberdade.

Como um rio que corta as florestas, terras secas, rochas… eu corro por e para ela.

A força da maré alta que correm em minhas veias fazem-me avançar.

Mas dias incontáveis de maré baixa puxam-me e fazem-me recuar.

Meses inteiros lutei contra as correntezas das incertezas.

Bastou apenas um instante estranho para que eu morresse na areia, em momentos de meio, que se tornaram em dias de fim.

Quantos fins vive-se em apenas uma vida?

Escondo-me nas profundezas até que os dias de começo (re)encontrem-me.

Da vida tudo desaparece. Na vida procuro me encontrar.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Destinations Presets)

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