saudades de ter esperança em nós

Talvez, eu devesse ter deixado ecoar em alto e bom som todas essas coisas que escrevo, até que você me ouvisse de fato. Talvez, eu devesse ter encontrado uma forma de desembuchar todo esse mar de sentimentos que me afoga por dentro, para que você tivesse a chance de entender ou ao menos tentar entender.

Agora, pouco importa se o conjunto de palavras faz mesmo sentido. Nos perdemos no meio do caminho, isso é um fato. E esse fato esta cravado nas minhas costelas, como uma faca bem afiada que me fez e continua me fazendo sangrar.

Talvez, eu tenha me precipitado na nossa primeira vez juntos ou pouco me deixado convencer nas vezes seguintes. Talvez, eu não tenha me dado conta a tempo de que beirávamos a perfeição juntos ou tenha me dado por vencida cedo demais. Vai saber! Sinto que nunca terei tais respostas para aliviar esse estresse emocional, de não saber nem o que valeu entre nós.

Flagrei-me, escrevendo o seu nome na minha agenda no meio de uma semana agitada, como se eu tivesse voltado a ser uma menina desatenta na aula de geografia, apaixonada pelo garoto nerd da primeira carteira da fileira do lado, gravando o nome dele no meu caderno. Eu já não sou mais aquela menina desatenta e você, não se parece nada com aquele garoto nerd, com certeza, é muito mais do que eu esperava quando me apaixonei pela primeira vez, mas o que importa? Sinto saudades que me faz tão clichê, tão boba, tão ainda, sonhadora.

De repente, estou sonhando acordada no que parece ainda haver tempo para nós. Poxa, eu tinha tantos planos. O que faço com eles agora? Coloco na maquina de cortar papel, pego um café na copa do escritório e assisto ela picotar todos os nossos dias de futuro?

Sinto saudades de ter esperança em nós. Tudo muda quando a gente perde as esperanças. Nem posso crer que as perdi assim. Agora, resta-me fazer de conta que você sequer existe. Empacotar todas as nossas lembranças em caixas de papelão e esconder em algum canto esquecido da casa. Eu sei que já passou da hora de te esquecer. Eu sei que já passou da hora de seguir em frente. Entretanto, como vou sem você, sem as partes mais puras de mim que estão emaranhadas na nossa história?

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Lauren Rader)

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