Teus olhos

os teus olhos caminham, va-ga-ro-sa-men-te, pelo meu corpo

um caminhar pesado que vai me despindo,

atravessando os tecidos,

cada camada de pele

colocando-me do avesso,

(e eu estremeço)

desbravando-me, como um forasteiro em terra estranha

reconhecendo as planícies nunca antes vistas

tocando partes nunca antes tocadas

assinando como teu, tudo o que me faz ser

(e eu o aceito)

o teu olhar navega sob meu corpo

como um veleiro solitário no oceano

enquanto estás, sou águas agitadas em dia de tempestade

tu,

a razão das minhas fantasias

indecorosas

a inquietude gélida na minha espinha dorsal

a quentura entre as minhas pernas

(e eu o necessito)

reconheço nos teus olhos, os meus motivos de espera na vida

desejo-te a tal maneira, que me dói

é o teu jeito de me olhar que me derrama

como castelo de areia desfeito pelas ondas do mar

(e eu me entrego)

os olhos, tão teus, tão em mim, tão meus

que apaixono-me, enquanto caminham, va-ga-ro-sa-men-te, pelo meu corpo.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Dirty Boots and Messy Hair)

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