
Tu não és quem eu esperava que você fosse. Mas, eu também admito que, eu não sou quem você esperava que eu fosse.
(escrevi) Você é a minha maior decepção. (reescrevi) Você é o meu pior reflexo.
Procuro compreender a duras penas, que no fim, não é sobre você e/ou sobre os teus dias que não me cabem, sobre a tua vida que não me adere, sobre o teu verdadeiro querer que não sou eu. É sobre o quão pouco tenho aceitado. Mais, é sobre o tão pouco que tem me satisfeito. Logo eu, sedenta até as entranhas da minha alma.
A tua maneira me humilha! Revela o quão submissa diante das minhas fraquezas eu estive. E ainda aqui, quando me sinto forte ou resistente para arrancar a minha pele com o teu cheiro e as tuas marcas, sei o quanto ainda me enfraqueces. Não acredito que seja amor. Não creio em amor que fere a pele e por dentro dela. Não creio tão pouco em você. Já não acreditava em nós há tempos. Contudo, nem sempre é sobre o quanto ainda acreditamos ou temos algum tipo de esperança (tola, mas esperança!), é sobre o quanto precisamos de algo que não encontramos em nós mesmos.
Não encontro os teus braços nos meus. Não encontro o teu cheiro no meu perfume. Nem o teu calor nos meus lençóis. Não me encontro em mim depois de você. Tal como não encontro mais o meu riso no reflexo do espelho. Logo tu, que fora a razão do meu sorriso mais sincero. Enfim, a hipocrisia!
Tua estada na minha vida amputou-me as partes. Não me dei conta ou dei e fiz de conta; sei que ainda não me perdoei por isso. Também sei que não te amei e que você não me amou. Me recuso a chamar de amor a subordinação ao caos, a desordem, a mutilação, por mais sutil que tenha sido. Não te desejo o pior, a pesar de tudo. Só não te desejo mais por aqui.
Às vezes, tudo não passa de desejo. E alguns desejos matam. Você me matou.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Citazioni&Poesie)