nuvens, lua, justifica?

navego sobre o mar de nuvens do céu da madrugada. a luz da lua cheia que atravessa as lágrimas que correm sob o meu rosto, me iluminam de um jeito diferente. há instantes, que saudosamente, recordo-me de quando era dia, o sol aquecia a pele e a minha única “preocupação” era de quais figuras as nuvens formariam.

já não sou mais aquela menina inocente que via cor, forma, história leve em tudo. é o preço da maturidade, me dou conta. por tudo há um preço à ser pago! mesmo que eu também, saiba e reconheça, que nem todos os preços eu quis pagar. são escolhas. e na mais pura verdade, nos equivocamos mais do que acertamos.

contudo, não é só o quanto os erros meus são capazes de me torturar pelos os meus dias, principalmente pelas madrugadas, o que realmente desfaz o meu chão, é a consciência de que a decepção está além de mim. ela atravessa os meus. questiono-me se os meus avós tiveram raiva das escolhas dos meus pais. se os meus avós perdoram os meus pais apesar de… penso, que a gente procura consolo na história que se foi, já que o futuro é completamente incerto. justifica?

já não tenho forças para caminhar rumo ao incerto e nem no que parece ser certo, admito! é um tipo de desistência fora de hora, se é que existe hora certa para desistir. também é algum tipo de covardia. eu que sempre odiei os covardes, hoje me identifico tanto com ele que os compreendo. já não tenho gotas para despejar. sejam letras ou águas do oceano. tudo está tão árido! já não recordo onde foi que me perdi dentro de mim. e estou cansada demais para me procurar por aqui ou por ali.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Matrix&Me)

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