
você não é mais aquele, mas ainda dói.
Uma vez, ouvi dizer que criticamos no outro aquilo que não aceitamos em nós. Agora entendo o porquê. Eu não sou mais aquela menina. E quando penso nela, sei que se ela me reconhecesse se decepcionaria. Eu não sou nada do que ela planejou pra nós. Não cheguei nem perto de conquistar os sonhos todos que ela tinha. Sequer fui honesta a tempo para assumir que amava quando amar era a única saída que restara.
eu não sou mais aquela e não ser, dói.
Não é você. Sou eu. Frase clichê para tentar explicar o inexplicável. Eu não soube amar. A começar por mim mesma. Eu sempre precisei ser mais do que eu era para me satisfazer. E nessa subida desenfreada pela perfeição, me joguei de um precipício. Subir as vezes é cair. Não é você. Sou eu. Eu e todas as coisas que não bastaram. Eu e todas as coisas que abandonei ao meio. Eu e os buraco, que faz com que mesmo quando encho-me, esvazio-me. Não é você. Sou eu.
você não é mais aquele, eu não sou mais aquela e por isso doemos.
Onde tu dói conforta-me. O resto todo eu ignoro como quem está no meio do oceano ao naufrágio e ignora as nuvens que anunciam tempestade. Saber que você é o meu erro mais nobre me conforta e me mutila as partes. De todos os erros só de um eu me arrependo: de você é claro! Deveria ter te errado mais. Deveria ter te errado melhor. Deveria ter te errado como se deve foder até chegar ao orgasmo. Quem sabe assim, você teria sido o meu melhor acerto. Quem sabe assim, você não teria sido aquele que me fez doer. Você não é mais aquele, mas ainda faz doer.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Pinterest)
Não ser mais o mesmo e ainda doer é foda.
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e como é ! 😕
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