será?

Será que um dia vou escrever como você? Será que um dia vou invadir o teu peito e por ele te descer por inteiro com palavras como as tuas palavras fazem a mim? Será que um dia vais me amar pelo o que escrevo (mesmo que eu não seja boa) ou por qualquer outra coisa comum que eu faço? Será que um dia vais a ler-me na cama como leio-te nas páginas dos teus escritos? Será que um dia serei eu a musa inspiradora daquilo que sofre de amor e morre de saudade que teclas no seu computador? Será que já me escreveu alguma vez? Será que um dia vais admirar-me, não pelo o que eu já te disse, ou pelo o que eu já escrevi, mas por ser eu e ponto? Será que um dia eu bastarei? Será que um dia serei amada por alguém que me leu, como eu sou por ti que te li? (Acaso sim, será que poderia este alguém ser você?) Será que um dia os teus dedos que escrevem as palavras que invadem as minhas camadas de existência, alcançarão a minha pele que arde só de imaginar o peso da tua mão? Será que um dia sentirei o teu cheiro? Será que um dia a tua língua navegará o meu oceano? Será que um dia será tua está minha cama? Será que te encontro para um café, peço um autógrafo, uma selfie quem sabe (apesar de eu odiar selfies), e saio andando? Ou será que tomamos um vinho e me entrego? Será que te arquivo dentro de alguma caixa com coisas que não devo lembrar? mas se isso sou capaz de fazer, aonde me alimento para continuar a escrever e quem sabe, um dia, chegar perto de ser o que é você? Será que você me entenderia? Será?

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Pinterest)