saudade, o coisinha desnecessária!

as palavras me escapam. sinto um desassossego. um aperto. uma vontade de chorar e nada.

o teu colo faz falta nas tardes de sábado. o teu abraço apertado faz falta nas manhãs de domingo.

eu nunca mais voltei a ser normal. ou nunca mais fiz questão de voltar a ser o que eu era.

nem precisei fechar o meu coração pra balanço, como pregam por aí. eu simplesmente não quis mais arriscar e isso bastou!

aquela minha amiga tinha razão quando dizia: “Fran, é questão de decisão! Quando você decidir, acaba.”

eu decidi não amar de novo.

eu queria não continuar te amando ou só, não errando mais.

agora há um vazio, um buraco.

também aprendi a viver bem sozinha. sempre soube que eu conseguiria, mesmo quando minhas forças eram só palavras ao vento.

essa coisa de solitude é mesmo real. é possível e faz sentido.

porém, tem dias que a falta da presença aperta demais.

talvez, seja só outro reflexo dessa merda toda que está acontecendo lá fora. talvez, seja a constatação que os muitos “amigos” não eram muitos assim. talvez, seja só a sensação de solidão falando mais alto.

eu que sempre gostei de ficar sozinha, sinto saudades da sua voz gritando quando assistia os jogos do campeonato. sinto saudades do seu olhar malicioso na porta do banheiro enquanto eu penteava o cabelo. sinto saudades da segurança da sua mão segurando a minha quando caminhávamos para a casa da sua avó. sinto saudades até das suas músicas eletrônicas no som do carro… sinto saudades da sua mão na minha coxa enquanto dirigia pela cidade. sinto saudade da sua insistência pra me fazer rir com piadas que eu nunca entendia. sinto saudades até de quando me zoava quando eu falava alguma palavra errada ou “celulaR”, e até hoje não sei direito qual é a graça…

saudade, o coisinha desnecessária!

Por: Francielle Santos

(Foto: Twitter)