chegando no fim

estava chegando no fim. eu sabia. todos ao meu redor também sabiam. eu só precisava aceitar. encarar de cabeça erguida, deixar sangrar o que tinha que sangrar como um ritual de purificação. eu precisava nascer de novo, mas antes precisava morrer completamente.

os dias estavam sendo cruéis demais. cada madrugada, uma sessão de tortura analítica com o meu eu mais crítico. indiferente as minhas lamúrias, ele só queria saber das ações. do que eu faria a partir daquele ponto. nenhum dia foi igual, ainda que nada tenha mudado efetivamente.

desisti vezes demais das quais me envergonho. nenhuma palavra poderia justificar; ainda não justificam. às vezes, escolhemos o caminho que dá pra seguir e não o que é o mais fácil ou o que esperam que escolhemos. sempre haverá algum tido de dor nas contradições. sempre haverá algum tipo de perda a cada decisão.

houve vezes, em que por puro surto de desespero tentei pedi ajuda, e ouvi: “você não faz, porque não quer!“; “você não sai dessa, porque não quer!”; “você não conseguiu ainda, porque não quer!” …

talvez, estejam todos certos. talvez, eu não queira. talvez, eu tenha desistido antes mesmo de pensar que eu tinha desistido.

Por: Francielle Santos

(Foto: Oleg Bagmutskiy)

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