eu não sei amar

você me faz bem de um jeito diferente. você está presente apesar da distância geográfica. você ficou, mesmo quando tinha todos os motivos para ir. e eu te decepciono dia após dia! consciente, tento não ser esse modo automático que afasta as pessoas, por medo de perdê-las mais a frente. tenho medo da dor que você pode me causar, caso você decida por um fim. e eu sei que mais cedo o mais tarde você pode tomar essa decisão. será que vai amar tudo que sou? será que vai tolerar tudo o que sou?

me perdoa se eu não sei retribuir como deveria. se eu não sei dizer que te amo, quando você diz de todas as formas possíveis que me ama. me perdoa, se o meu tempo não é o seu. me perdoa, se todas às vezes que você me abraça forte, eu tento de todas as formas escapar. e eu escapo e você diz vai, cansado disso. me perdoa, se eu digo não, muito mais do que digo sim. me perdoa, se as tuas intuições, essas que te fazem sentir medo de mim, estão certas. me perdoa, se sempre me despeço, mesmo que tudo o que eu mais queira é saber ficar.

eu não sei ficar. eu não sei amar.

cada eu te amo deveria ser suficiente. cada quero viver você, deveria bastar. mas não bastam e eu sangro. você sangra. o nós deixa de ser, antes mesmo de ser.

nenhum palavra no mundo é capaz de justificar o medo do amor. e eu me sinto a pessoa mais ridícula do mundo, por temer aquilo o que eu mais quero. quero o amor. quero poder entregar o meu coração e amar. quero ter coragem ou ir com medo. quero esquecer tudo o que me feriu e me tornou essa pessoa que recua mais do que luta pelo o que acredita. quero nunca decepcionar você, a não ser quando eu torcer contra o Flamengo. quero o teu sorriso. quero o teu abraço. quero as tuas mãos. quero as tuas lagrimas de emoção, salgando o nosso beijo. quero viver você. quero voltar a querer viver – e eis aqui o principio ou o fim de tudo.

Por: Francielle Santos

(Foto: Montalma)