ainda te quero bem

“ei, como você está?” (digito infinitas vezes e apago em horas aleatórias do meu dia)

nunca pensei que chegaria o dia que eu não teria mais razão para te enviar uma mensagem de texto que fosse. também, me recusei a prever que seríamos capazes de nos ferir como nos ferimos. nós sequer fomos capazes de cumprir a única promessa que fazia mesmo sentido: nós éramos melhores amigos, lembra? mais do que tudo o que construimos, é está a perda irreparável. (pelo menos pra mim)

os dias que se passarão desde a última vez que estivemos juntos, provou que éramos frágeis demais para suportar os revezes que a vida nos soprou. não foi falta de amor. não foi falta de amizade. não foi falta de tesão. foi alguma coisa entre essas coisas que nem soubemos como chamar, mas que foi completamente suficiente para expor as nossas fraquezas, a nossa capacidade de desistir um do outro.

“o amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta” o nosso não. será que nem amar, amamos?

por vezes a gente acha que sabe alguma coisa. e basta essa coisa deixar de existir para sermos questionados se sabíamos mesmo. madrugadas incontáveis eu me questiono se eu vali alguma coisa para você como você valeu pra mim. o silêncio da incerteza corta-me inteira por dentro.

“foram escolhas” eu tento me confortar, mas raramente funciona. como não fomos capazes de nos escolher?

eu ainda não sei e ainda dói pra caralho!

te imagino feliz. te imagino amado por ela. te imagino ensinando e aprendendo com os filhos. te imagino brincando com os cachorros. te imagino sorrindo. é o que me resta agora que não sobrou nenhum vestígio teu em lugar algum. eu ainda te quero bem! era sobre isso, não era? quando ainda éramos amigos.

Por: Francielle Santos

(Foto: Pinterest)