as nossas etc

Limpava a estante de livros, quando o teu abraço me apertou por traz como nos velhos tempos. Ah, os velhos tempos! O brilho dos teus olhos, cativando o meu sorriso, enquanto me encarava através dos espelhos. Ah, se os espelhos dessa casa contassem sobre nós!

… são as lembranças da sua presença calorosa que ainda me aquecem toda!

Ouvi tua voz quando li a dedicatória naquele livro que me deu na terceira semana que estávamos juntos: “Quem é você Alaska?”. Estávamos no meio da estação Tatuapé, numa sexta-feira em horário de pico. Um mundo de pessoas correndo pra lá e pra cá. E nós dois ali, escrevendo as nossas primeiras memórias para contar pros netos – você dizia.

É muito especial pra mim! Pra todo sempre… te amo!

Do seu chato

Lembro de ficar impressionada com a escolha acertada do livro. E de você embaraçado confessando ter pedido ajuda para a moça da livraria, dizendo à ela que não fazia ideia do que comprar, mas que eu era louca por livros e lia romances desses clichês. Ela acertou em cheio. Eu não só amei o livro, como o carreguei por muito tempo comigo pra cima e pra baixo. Você nem imagina, mas quando fui embora para o Rio de Janeiro, foi agarrada nele que eu fiquei. Era como ter a sua presença comigo. Ele tem o seu calor e tem cheiro de maresia.

A nosso paixão fervorosa foi se transformando em amor nos detalhes do começo. Nos corações de papel com declarações que imprimiu e espalhou pelo apartamento quando fizemos um mês de namoro. Na foto na cabeceira da cama da primeira vez que estivemos no Parque Ibirapuera. Na escova de pentear cabelo guardada na gaveta da pia do banheiro que comprou, porque eu sempre esquecia a minha. Até a cafeteria providenciada com as minhas cápsulas favoritas, mesmo você detestando café, e etc …

as nossas etc…

Por: Francielle Santos

(Foto: Ginger)