
eu queria o mundo. honestamente, eu ainda quero.
talvez, não como todo mundo quer ou pelas razões que impulsionam a maioria das pessoas, mas eu ainda quero.
liberdade é pouco. o que eu quero ainda não tem nome,
disse a saudosa Clarice Lispector e como eu a entendo, como me sinto exatamente assim. na ânsia de algo que ainda não é palpável, que não está na nova realidade virtual, que ainda está tão longe de ser.
eu queria acertar o amor de primeira
quem sabe eu posso aqui culpar todos os filmes clichês hollywoodianos que alimentaram essa ideia falha de que se apaixona uma vez e pronto, é ele(a) e viveremos felizes para sempre. quando na verdade nunca existiu o pra sempre e raramente, se apaixona por alguém e acerta o alvo de primeira. dito isso: quantas paixões cabem dentro de um coração que ainda está aprendendo a amar?
eu queria deixar tudo pra trás.
confesso, mais uma vez que ainda quero. quero menos que antes, às vezes, quero mais que tudo na vida – depende do dia, depende do caos que bate na minha porta, porém, isso também é uma ilusão. é impossível deixar tudo para trás. eu já tentei. e como dizem por aí, aonde vai o ferro a ferrugem vai atrás, mesmo que você se esforce diariamente para construir uma nova vida aonde quer que seja, os resquícios da sua vida anterior continuam ali, como sombra esperando por um feixe de luz para tornar a existir.
eu queria ter feito melhor
mesmo que eu tenha uma ligeira lucidez que afirma, que foi por exatamente não ter feito que eu tenho parâmetro para dizer uma coisa dessas, já reparou, que vivemos para medir os parâmetros, mas que só é possível medi-los a base dos erros (ou acertos) anteriores?
eu queria ter errado acertado mais.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / t.me)
Chega-se a um ponto em que as interrogações passam a ser apenas sinais gráficos ou algo assim. A vida tal como é, como a vivemos, com erros/acertos, fiz:não fiz/deveria ter feito/não deveria ter feito…e sei lá quantos mais pontinhos, apenas nos remete a uma única verdade: valeu a pena. No afirmativo. E te escrevo isso dizendo que qdo a morte bateu em minha porta tudo passou por mim, em especial as interrogações e sim valeu a pena. O que fez ser é esse olhar para trás e descobrir tanta bagagem/experiência acumuladas que olhar à frente é possível. E é esse possível que nos torna infinitos dentro de nós mesmos com a sempre possibilidade de mudar o rumo. Um grande abraço carinhoso.💐☮️
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Acredito no que você diz. Acredito que todas as coisas compõe quem somos, e em quem vamos nos tornando, e por tanto tudo vale, mesmo que leve um tempo para entendermos isso também.
Agradeço os seus dizeres aqui, falou profundamente comigo. 😊
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