Alegações:

Quero que você entenda que nada é ameno, pequeno, insignificante.
Que tudo tem sim, importância e relevância.
Que nada é por acaso.
Que você impacta cada instante novo de vida que tem chegado até mim.
Que tudo o que você confessa estremece as colunas alicerçadas por anos, como os terremotos aos edifícios na China.
Que por vezes entro em pânico.
Que a tua voz me arde inteira por dentro.
Que as nossas peculiaridades nos queimam.
Que você revira os meus arquivos mortos.
Que você toca lugares, outrora, desconhecidos.
Que você me alcança, apesar dos quase quinhentos quilômetros que nos separam.
Que não poucas vezes tenho vontade de gritar com você, cobrar coisas que nunca nem fiz questão… que eu nem sabia que podiam beliscar o meu ego, fazer coçar e por vezes, coça e muito!
Que eu também sei, que você é tsunami e eu não fujo, afundo, te escuto, reclamo e te aceito.
Que você trás o calor do Rio de Janeiro para essa cidade cinza. Você, que é um tipo de Sol na minha vida!
Que tenho medo, mas não tenho receio de confessá-lo em voz alta à você.
Que nem sempre quero te ouvir, mas te ouço.
Que nem sempre quero falar, mas falo e sem parar por horas.
Que tenho fome e sede dos teus desejos! (e quase todas as amanhãs te procuro entre os lençóis da cama)
Que às vezes tenho vontade de deixar tudo isso pra lá, mas não consigo e no minuto seguinte, lá estou eu dando um jeito de te trazer pra perto, e você vem, sempre vem!
Que tenho ganas da sua chegada na rua, em casa, na sala, no meu quarto.
Que você está aqui, o tempo todo comigo e por ora, isso tem bastado, aquietado-me!
Que digo que te amo de diversas outras formas, porque tenho medo das palavras óbvias.
Que eu confesso o teu nome, sobrenome, endereço, telefone… nas entrelinhas, pra te respirar de dentro pra fora e sobreviver a tudo, o que já é nós.

Por: Francielle Santos

(Foto: Reprodução / Wattpad)