
Como eu devo te amar?
tu me perguntas nas entrelinhas das mil e uma incertezas que tens sobre o que sinto.
Buscas em nós algum tipo de refúgio, de lar, depois de tantas casas em que não pode ficar, e como eu sei disso?
Sei, porque no fundo é tudo o que também tento saber. Procuro nas sombras do que declaramos, onde posso pisar e não cair, onde posso confiar.
Sou aquela que se entregaria corajosamente, entretanto, sinto- me apreensiva em caminhar no escuro das incertezas do amanhã.
Quando devo confessar que te amo,
você lamenta entre um gosto de você, a tua companhia me faz bem durante os dias, até logo… eu suspiro do lado de cá.
A minha razão se queixa como se precisasse de mais tempo, mais certezas, mais de você para se permitir invadir pelo óbvio, pelo suficiente.
O meu coração murmura: eu te amo,
tentando me convencer de que estou viva, de que ainda há lenha na fogueira e que ela queima por dentro, de que mereço o teu amor, de que mereço te amar e
eu te amo,
ainda que nada seja revelado entre as centelhas que sobem ao céu.
Apesar de querer, tenho ainda os pés nos freios – tenho medo,
mesmo estando com o motor da Ferrari ligado na pista. Provavelmente, eu ame o princípio da adrenalina e você ame a Ferrari.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / Chasing Daisies)