
Como é que você faz quando está aí, sozinho, na sua cadeira, na frente do seu computador a digitar as coisas que me “incomodam” tanto?
No que você pensa?
O que você sente?
Em quem você vibra?
Mulher, sedenta, que sou de ti! Desejo as tuas mãos tocando o meu corpo a cada palavra que te leio e tento, insistentemente, tocar o teu corpo a cada palavra que escrevo.
Não te alcançar me dilacera diariamente.
Não está em ti tanto quanto tu estás em mim, é uma frustração maior que o meu mundo inteiro.
Percebes o quanto o teu vazio sufoca-me?
Quantos versos faltam para que percebas que eu estou aqui, à espreita, à contínua espera do amor que confessas ao mundo?
Quantas centenas de outras páginas precisarás marcar para deitar-me despida nos teus versos, completamente tua?
Escrevo-te para deitar-te sobre mim, para derramar o que sinto em ti, por nós.
Quanto mais me alimento de você, mais insaciada eu fico da vida que me cerca.
Você é a força que me arrasta para tudo o que é mundano, vil e mesmo assim, superior.
Você é o meu sentir inconfessável.
Por: Francielle Santos
(Foto: Reprodução / s3.amazonaws)