camada a camada estão as palavras escondidas
transpiro sangue enquanto resisto
haverá sempre uma maneira de sangrar
cicatriz a cicatriz as tatuagens sob a pele
revelam os caminhos que tomei irreversíveis
secas, mas nunca transparentes
lágrima a lágrima subsisto os dias
choro ainda que de dentro para continuar respirando
há sempre um trago de oxigênio em um choro
dor a dor para lembrar
é na lembrança que a lucidez acende
no final do túnel
palavra a palavra para esquecer
há sempre um via de escape
um jeito de digerir o que é indigesto
passo a passo para não esmorecer
continuar é maior do que viver recomeçando
e eu ei de conseguir atravessar.
Muito bom. Gostei. Me fez pensar que o nosso corpo literalmente fala, tanto do lado dentro quanto do lado de fora.
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