O que eu sei

Esses dias me perguntaram como faço para prosseguir, para não chutar o balde de vez, para não desistir das batidas do meu coração.
E eu não sei dizer como – exatamente como.

O que eu sei apenas, é do que não posso abrir mão, do que dentro é inegociável, do que sou incapaz de esquecer, sobre as coisas que eu quis e ainda quero muito, muito mais do que ontem. O que eu sei, é sobre as coisas que resistiram quando nada mais eu tinha. Dos sentimentos parcelados em meses e anos e que eu sei, bem lá no fundo, que um dia serão inteiros de novo! Dos sonhos que sempre foram meus – totalmente meus e que são um tipo de respirador, quando me faltam ar nos pulmões. O que eu sei, é que eu nunca soube muito bem como lidar com os tsunamis e terremotos que me sobrevinham. E a verdade, é que ainda não sei muito, porém, agarro-me naquilo que acredito, resisto por aquilo que luto – eu emerjo das minhas profundezas, todos os dias. O que eu sei, é que mesmo sabendo pouco, há coisas que são certeza, são inevitáveis, são irrepreensíveis e são elas um tipo de âncora que me mantem firme em amor, em fé, em esperança. O que eu sei, é que não posso controlar tudo – mesmo tendo todos os impulsos possíveis para tentar controlar – as pessoas, os sentimentos, a vida que pulsa do outro lado da varanda, mas tudo isso não está sob o meu controle. Todavia, eu posso fazer o meu melhor agora, com o que tenho, com tudo o que já aprendi, com tudo o que eu já sou. O que eu sei, é sobre tudo o que eu sou neste exato átimo. O que eu sei, é que se nem tudo além de mim está claro, está certo, é definitivo, há luz, há calor, há pulso, ainda há vida em mim.

É simplesmente isso: prosseguimos, porque há vida em nós.

Por: Francielle Santos

(Foto: Wattpad).